Um homem foi condenado a 175 anos de prisão por abusar sexualmente de três meninas que viviam com ele, sendo duas enteadas e a própria filha. Os crimes ocorreram ao longo de mais de uma década, dentro da casa onde todos moravam, em Rubiataba, região Central de Goiás. Além dos abusos, ele também ameaçava as meninas e a companheira, mãe de duas garotas, para manter todas em silêncio.
A Justiça considerou que o homem usava a confiança da relação familiar para praticar os abusos, que começaram em 2013 e se estenderam até 2024. As vítimas tinham menos de 14 anos quando os crimes começaram.
De acordo com as investigações, o condenado se aproveitava de momentos em que estava sozinho com as crianças para cometer os abusos. Em alguns casos, tentava disfarçar as agressões como “brincadeiras” ou comprava o silêncio das meninas com presentes.
A condenação foi possível graças aos depoimentos das vítimas, colhidos com acompanhamento do Ministério Público de Goiás (MPGO) e de equipes especializadas, além de laudos médicos, relatórios do Conselho Tutelar e do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Testemunhas também confirmaram detalhes que reforçaram o relato das mulheres e meninas.
Ao anunciar a sentença, a juíza Ana Cláudia Pacheco das Chagas, responsável pelo caso destacou que crimes sexuais contra crianças geralmente acontecem em silêncio, sem testemunhas, e que, por isso, a palavra das vítimas deve ter valor especial, “a palavra das vítimas deve ser valorada de forma especial, haja vista que, na maioria dos casos, esses crimes são praticados na clandestinidade, às escondidas, longe da presença de testemunhas e, ainda, sem deixar vestígios”.
O homem seguirá preso, já que a Justiça considerou que ele representa um risco à sociedade e que poderia voltar a cometer crimes semelhantes se fosse solto. A juíza ressaltou que os crimes são considerados hediondos e, por isso, precisam de uma aplicação mais rigorosa da lei.